Santa Clara

Doença de Parkinson: saiba quais os sintomas, diagnóstico e tratamento

A doença de Parkinson é uma das doenças neurodegenerativas mais prevalentes no mundo, afetando milhões de pessoas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência da doença de Parkinson está aumentando, principalmente em países em desenvolvimento, sendo projetado que sua incidência continue a crescer à medida que a população mundial envelhece.

É uma doença de progressão lenta que gera ao paciente, incapacidade acumulada para realizar tarefas do cotidiano, necessitando de cuidados diários com o passar do tempo. Nessa perspectiva, a importância da doença de Parkinson para a saúde mundial fica cada vez mais evidente, pois a mesma não afeta apenas os indivíduos diagnosticados, mas também suas famílias e cuidadores.

Atualmente não existe cura para o Parkinson e os tratamentos visam retardar o avanço da doença e diminuir a sintomatologia apresentada, proporcionado uma melhor qualidade de vida aos pacientes portadores.

Portanto, é fundamental o investimento em pesquisas e o desenvolvimento de novos tratamentos para a doença, visando sempre melhorar ainda mais vida dos pacientes e mitigar os impactos negativos da mesma na sociedade.

O que é a doença de Parkinson?

A doença de Parkinson é caracterizada pela degeneração progressiva de células nervosas no cérebro. Essa condição é classificada como uma doença neurodegenerativa, já que os neurônios perdem gradualmente suas funções ao longo do tempo.

A morte celular se inicia em neurônios específicos responsáveis pela produção do neurotransmissor dopamina, principalmente na substância negra, uma região cerebral que abriga um grande número dessas células.

Dentre suas várias funções, destaca-se o papel no controle motor. Com a perda desses neurônios, o controle do movimento fica prejudicado, gerando os sintomas característicos da doença (tremores e dificuldade para realizar movimentos). Como ela é progressiva, o processo degenerativo não fica restrito somente a substância negra, e com o tempo outras áreas cerebrais são afetadas, gerando sintomas como déficits cognitivos, distúrbios do sono, ansiedade, depressão, entre outros.

Quais as causas para doença de Parkinson?

A doença de Parkinson é mais comum em pessoas com mais de 60 anos, mas também pode afetar pessoas mais jovens. A causa exata da doença ainda não é totalmente compreendida, mas sabe-se que uma combinação de fatores genéticos e ambientais pode estar envolvida.

O conhecimento atual descreve que o acúmulo de uma proteína chamada ?-sinucleína nas células neuronais pode ser uma das causas do seu desenvolvimento. Quando ela se acumula excessivamente no tecido nervoso, pode se tornar tóxica aos neurônios, levando à morte neuronal. Mutações genéticas parecem estar envolvidas nessa produção exagera da ?-sinucleína.

De fato, o fator genético parece ser preponderante para o desenvolvimento da doença de Parkinson. Acredita-se que uma parcela significativa dos casos possua histórico familiar da doença. Fatores ambientais também possuem certa influência com maior risco para o Parkinson, principalmente a exposição a certas toxinas, como herbicidas e pesticidas, que podem danificar os neurônios da substância negra. Além disso, a falta de atividade física regular, tabagismo e exposição a trauma craniano também podem estar associados ao desenvolvimento do Parkinson.

Quais os principais sintomas da doença?

Inicialmente, os sintomas são leves, mas vão piorando com o passar do tempo, principalmente se não houver tratamento adequado.

Os principais sintomas incluem tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos e problemas de equilíbrio, os quais podem ser incapacitantes. Os tremores possuem características cadenciadas e geralmente ocorrem nas mãos durante o repouso, diminuindo sua intensidade durante a execução de um movimento. Podem piorar por estresse emocional ou fadiga, e aumentam com o tempo, passando para outras partes do corpo, incluindo as pernas e braços.

Distúrbios do sono, como insônia, sonolência diurna e pesadelos, alterações no humor, ansiedade, depressão e apatia também podem ser observados. Outros sintomas podem incluir problemas urinários e intestinais, perda do olfato e  disfunção sexual, afetando a libido e função sexual geral.

Como a doença de Parkinson é diagnosticada?

O diagnóstico é feito com base nos sintomas apresentados pelo paciente e em exames clínicos e neurológicos. Não existe um exame específico para diagnosticar a doença de Parkinson, e o diagnóstico muitas vezes pode ser difícil, especialmente nas fases iniciais da doença.

O médico geralmente começa fazendo uma avaliação clínica do paciente, verificando os sintomas e sua evolução, além de realizar testes físicos para avaliar a execução de movimentos pelo paciente. É importante descartar outras condições que possam causar sintomas semelhantes, como distúrbios da tireoide, distúrbios do sono, doenças neuromusculares ou efeitos colaterais de medicamentos.

Além da avaliação clínica, o médico pode solicitar exames de imagem complementares para ajudar no diagnóstico, como tomografia computadorizada e a ressonância magnética.

Qual o tratamento para a doença de Parkinson?

O tratamento da doença de Parkinson é realizado por meio de medicamentos específicos, sendo a levodopa a principal escolha terapêutica. Essa medicação tem como principal função aumentar a quantidade de dopamina no cérebro, ajudando a controlar os sintomas da doença. No entanto, é importante que o esquema terapêutico indicado pelo médico considere a resposta e tolerabilidade do paciente. Outros medicamentos podem ser utilizados em conjunto com a levodopa, conforme critério médico.

Em casos em que o paciente não responde ao tratamento medicamentoso ou está em estágio avançado da doença, a intervenção cirúrgica pode ser uma opção. O procedimento chamado de estimulação cerebral profunda consiste em implantar eletrodos em uma região do cérebro e conectá-los a um dispositivo elétrico implantado no peito. Esse dispositivo estimula áreas específicas que controlam o movimento, melhorando os sintomas da doença.

Além do tratamento medicamentoso e cirúrgico, medidas simples podem ajudar a controlar os sintomas e promover conforto e qualidade de vida do paciente. Incluir sessões de fisioterapia para melhorar o tônus muscular e manter o movimento é importante. Manter-se ativo fisicamente também é fundamental para preservar a mobilidade e independência.

Cuidados com o ambiente também são importantes, como a substituição de roupas com botões por fechos em velcro, evitar o uso de tapetes nos quais a pessoa possa escorregar e instalar barras de apoio nos banheiros para facilitar a movimentação e evitar acidentes e quedas.

Uma alimentação adequada também é essencial, especialmente para manter o funcionamento do intestino regulado. A inclusão de alimentos com fibras pode ajudar nesse sentido. Além disso, o apoio psicológico e a presença familiar são fundamentais para o paciente, contribuindo para uma melhor qualidade de vida e minimizando o surgimento de outras desordens como a depressão e ansiedade.

Nós, do Santa Clara Diagnósticos Médicos, assumimos o compromisso de cuidar de você e de quem você ama. Por isso, temos uma equipe preparada para lhe atender com todo cuidado e atenção que você e a sua saúde merecem!

Referências científicas:

OMS. Parkinson’s Disease. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/parkinson-disease Acesso em: 03/04/2023.

NIH. Parkinson’s Disease: Causes, Symptoms, and Treatments. Acesso em: https://www.nia.nih.gov/health/parkinsons-disease Acesso em:03/04/2023.

Poewe, W., Seppi, K., Tanner, C. et al. (2017). Parkinson disease. Nat Rev Dis Primers 3,17013.