A tuberculose é uma doença infecciosa que afeta principalmente os pulmões, provocando sintomas de tosse persistente (mais de três semanas). Essa doença ainda é considerada um grande problema de saúde pública, sendo responsável por cerca de 1,6 milhões de mortes anuais em todo o mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, a tuberculose é considerada uma das dez principais causas de morte no país. Conforme o Ministério da Saúde, foram notificados mais de 70 mil casos novos de tuberculose somente no ano de 2019. É uma doença diretamente relacionada às condições socioeconômicas das populações, sendo considerada uma enfermidade altamente associada à pobreza e às desigualdades sociais.
O diagnóstico precoce da tuberculose é extremamente importante para um tratamento eficaz e para prevenção da transmissão da doença. Quando diagnosticada precocemente, pode ser tratada com sucesso por meio de terapia antibiótica, evitando assim a progressão da doença e suas complicações.
Neste conteúdo, traremos informações essenciais sobre a tuberculose, seus principais sintomas, formas de diagnóstico, tratamento e prevenção.
O que causa a tuberculose?
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. Ela afeta principalmente os pulmões, mas também pode acometer outros órgãos do corpo, como os rins, ossos e cérebro.
A infecção pela bactéria causa uma inflamação crônica nos alvéolos pulmonares, que progride quando a bactéria se multiplica e destrói as células pulmonares, desencadeando uma intensa reação inflamatória no tecido.
Conforme a doença progride, os pulmões começam a tentar combater a infecção por meio da produção de muco e tosse. Em decorrência à destruição das células e vasos sanguíneos no processo, pode ocorrer a eliminação de sangue ao tossir.
Como a tuberculose é transmitida?
A tuberculose é transmitida por meio do contato direto com as secreções respiratórias de pessoas infectadas pela bactéria, que pode ser eliminada no ambiente por meio de tosse, espirro, fala ou cuspe.
Essas secreções respiratórias contêm as bactérias causadoras e podem permanecer no ar por um período prolongado, principalmente em ambientes fechados e mal ventilados, onde há um maior risco de infecção. Por outro lado, a tuberculose não é transmitida por objetos compartilhados, como toalhas, lençóis, copos ou talheres, pois os bacilos presentes nestes objetos não se dispersam em aerossóis.
A luz solar é um potente bactericida e pode inativar as bactérias da tuberculose no ambiente, incluindo aquelas presentes no ar e em superfícies. Portanto, a exposição ao sol pode reduzir o risco de infecção em ambientes abertos e bem iluminados.
Já as correntes de ar podem ajudar a dispersar as partículas que contêm as bactérias da tuberculose no ambiente, tornando-as menos concentradas em um único local e reduzindo o risco de exposição a uma grande quantidade de bactérias.
No entanto, é importante ressaltar que a luz solar e o ar não são suficientes para eliminar as bactérias do ambiente. A transmissão da doença pode ocorrer mesmo em ambientes bem iluminados e ventilados, especialmente em situações em que há um contato próximo e prolongado com uma pessoa infectada.
Quais os principais sintomas?
Como mencionado, a tuberculose pode afetar diversos órgãos e tecidos do corpo, mas a forma mais comum da doença é a tuberculose pulmonar. Os sintomas podem variar conforme o estágio da doença, sendo os principais:
- Tosse persistente por mais de três semanas, com ou sem catarro, ou sangue;
- Febre baixa, geralmente no período da tarde;
- Sudorese noturna intensa;
- Perda de peso e falta de apetite;
- Fadiga e fraqueza geral;
- Falta de ar e dor torácica.
Outros sintomas também podem surgir, como chiado no peito e falta de ar, dor de cabeça e tontura, náuseas e vômitos, confusão mental e alterações do comportamento.
É importante ressaltar que muitas vezes os sintomas da tuberculose podem ser confundidos com os de outras doenças respiratórias, o que pode levar a um diagnóstico tardio e ao agravamento da doença.
Por isso, é fundamental procurar atendimento médico se você apresentar algum desses sintomas ou se tiver tido contato com uma pessoa infectada com tuberculose. O diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento e a prevenção da transmissão da doença para outras pessoas.
Quais são as pessoas mais afetadas?
A tuberculose é uma doença que pode afetar qualquer pessoa, independente da faixa etária. No entanto, existem grupos de risco mais suscetíveis à doença, como os indivíduos que possuam condições que prejudiquem o sistema imune (como a AIDS, por exemplo).
A desnutrição e o uso de álcool e tabaco são outros fatores preponderantes que podem aumentar os riscos d contrair a doença. No entanto, é importante destacar que a tuberculose é, principalmente, um problema social, pois está intimamente relacionada com a pobreza.
Sua disseminação é facilitada em grandes aglomerações de pessoas, nas quais não há iluminação natural ou circulação de ar adequada. Por isso, populações vulneráveis, como indígenas, pessoas privadas de liberdade, pessoas que vivem com HIV/AIDS e pessoas em situação de rua, são as mais afetadas pela doença no Brasil.
Diagnóstico da tuberculose
O diagnóstico da tuberculose se inicia por meio de avaliação clínica, onde o médico especialista irá avaliar os sintomas apresentados, exame físico e o histórico do paciente. Podem ser solicitados também exames complementares de imagem, como a radiografia do tórax (peito).
Para a confirmação, são necessários exames laboratoriais complementares, como a baciloscopia. Neste exame, é possível identificar a presença da bactéria em amostras de escarro do paciente contaminado.
Com o mesmo intuito, atualmente existem testes moleculares para a identificação do código genético (DNA) da bactéria na amostra de escarro. Esse tipo de análise pode ser feito por meio de técnicas como a PCR, e possui grande precisão diagnóstica.
A tuberculose tem cura?
Apesar da sua gravidade e importância para a saúde pública, a tuberculose possui cura e tratamento. O tratamento para a tuberculose é feito com a administração de medicamentos específicos, geralmente por um período de seis meses.
Os medicamentos mais utilizados para o tratamento da tuberculose são os antibióticos isoniazida, a rifampicina, a pirazinamida e a etambutol. O esquema terapêutico é definido conforme a forma e a gravidade da doença, assim como com o perfil de sensibilidade do bacilo à medicação.
É fundamental seguir rigorosamente o esquema terapêutico prescrito pelo médico, sem interrupções ou alterações na dosagem, ou duração do tratamento. A interrupção precoce do tratamento pode levar a uma reativação da doença e ao desenvolvimento de cepas resistentes da bactéria. Todo o tratamento, bem como o acompanhamento da doença, é fornecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
É possível se prevenir da tuberculose?
A prevenção da tuberculose envolve diversas medidas que visam reduzir o risco de contrair e disseminar a doença, como a vacinação. A vacina BCG é a principal forma de prevenção, indicada para crianças ao nascer, ou, no máximo, até quatro anos.
O diagnóstico precoce da tuberculose também é fundamental para evitar a disseminação da doença. Por isso, é importante que na presença de sintomas, a pessoa seja avaliada por um médico e submetida a exames para identificar a presença do bacilo da tuberculose.
Novamente, vale reforçar a importância da realização do tratamento de forma adequada. É essencial que o esquema terapêutico seja feito de forma completa e seguindo as orientações médicas, para evitar a resistência aos medicamentos e disseminação da doença para outras pessoas.
Para evitar a transmissão da tuberculose, pacientes diagnosticados devem fazer uso de máscaras, manter uma boa higiene e deve-se garantir que os ambientes onde essas pessoas convivem tenham boa ventilação e iluminação natural.
Para a prevenção de qualquer doença, a adoção de hábitos saudáveis de vida é uma forte aliada, e com a tuberculose não é diferente. A prática regular de exercícios físicos, ter alimentação adequada e a não utilização de tabaco e álcool podem ajudar a fortalecer o sistema imunológico e reduzir o risco de desenvolver a doença.
Devemos ter a consciência que a prevenção da tuberculose deve ser uma preocupação constante, especialmente para as pessoas que vivem em condições de vulnerabilidade, como os moradores de rua, pessoas privadas de liberdade e indivíduos com deficiência imunológica.
Por isso, é necessário que haver políticas públicas efetivas para prevenir e tratar a tuberculose, especialmente nas populações mais vulneráveis. Isso inclui o acesso a diagnóstico precoce, tratamento adequado e acompanhamento médico regular, além de investir em medidas que melhorem as condições de vida dessas pessoas. Somente assim será possível reduzir a incidência da tuberculose e garantir o direito à saúde para todos.
Nós, do Santa Clara Diagnósticos Médicos, assumimos o compromisso de cuidar de você e de quem você ama. Por isso, temos uma equipe preparada para lhe atender com todo cuidado e atenção que você e a sua saúde merecem!
Referências científicas:
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