A realização de um exame qualquer muitas vezes pode gerar uma certa ansiedade e angústia nas pessoas devido à espera pelo resultado, mas quando envolve a utilização de agulhas para coleta do material a ser analisado pode gerar situações ainda mais desconfortáveis para algumas pessoas. O medo excessivo de agulha, chamado de aicmofobia, para muitos é considerado uma frescura, mas deve ser levado a sério.
Por se tratar de uma fobia, reações desmedidas são percebidas diante das situações apresentadas, às pessoas com medo de agulhas experimentam um desconforto psicológico que vai além do simples ato de receber uma injeção, realizar coleta de sangue ou realizar exames.
As origens da fobia ainda são incertas, mas acredita-se que podem estar vinculadas a experiências traumáticas durante a infância, adolescência ou idade adulta. Por exemplo, uma visita ao dentista para a extração de um dente pode deixar uma memória para a pessoa, mesmo que ela não tenha uma lembrança precisa do evento. Essas memórias podem ficar associadas a dor ou sofrimento, fazendo com que a fobia se desenvolva. Com as agulhas não é diferente. Nesse cenário, é compreensível que pacientes possam sentir medo e ansiedade como reações normais diante de uma ameaça percebida. Essas emoções desencadeiam uma resposta protetora do organismo, elevando as frequências cardíaca e respiratória, além de provocar outras modificações fisiológicas, como suor excessivo, desconforto gastrointestinal e dores de cabeça
Aicmofobia: um limitante na busca pela saúde
Embora seja esperado que o medo se manifeste no momento em que o paciente realiza o exame, ocasionando sintomas como desmaios, tontura e visão turva, a presença elevada de uma fobia de agulha pode resultar em alterações fisiológicas mais graves em períodos anteriores e posteriores. Além disso, a ansiedade gerada pela aicmofobia pode impedir a busca por assistência médica quando necessário, reduzindo as oportunidades de identificação precoce e tratamentos mais eficazes em situações de doenças graves.
Estima-se que 1 a cada 10 pessoas sofra com a aicmofobia ou experimente um elevado nível de temor em relação a agulhas, o que pode se manifestar como um distúrbio impactante e debilitante. Mesmo após a sensação dolorosa, as repercussões emocionais desse fenômeno podem persistir, contribuindo para aumentar a dor em procedimentos futuros devido ao medo e a tensão do paciente durante o procedimento, estabelecendo um ciclo perigoso.
O papel do profissional da saúde
Os profissionais da saúde desempenham um papel positivo na melhoria da qualidade de vida dos pacientes que enfrentam fobias e altos níveis de ansiedade. O ambiente e a atitude do profissional durante a coleta podem ser aproveitados para melhorar a experiência. Uma espera prolongada contribui para o aumento da tensão, sendo importante minimizar o tempo de espera para impedir que o paciente foque em pensamentos negativos durante muito tempo.
Os materiais e instrumentos utilizados devem ser posicionados de forma que fiquem fora do campo de visão do paciente, visando reduzir o desconforto. Além da técnica para coleta, os profissionais devem demonstrar compreensão, empatia e bom humor para que o paciente se sinta o mais confortável possível durante a coleta. Estabelecer uma conversa agradável e respeitar os limites de cada pessoa faz com que o procedimento seja menos aflitivo.
Outra tática utilizada é reforçar ao paciente os inúmeros benefícios que os resultados daquele procedimento podem trazer para sua saúde, fazendo com que ele entenda que é uma forma de prevenir possíveis complicações futuras.
O que pode ser feito para controlar o medo de agulha?
Se controlar a fobia é um processo desafiador, adotar algumas medidas podem prevenir possíveis crises. O paciente pode experimentar técnicas de respiração, focar a atenção em um ponto fixo, compartilhar o medo com o profissional, tentar relaxar os músculos e optar por laboratórios com profissionais altamente qualificados.
Algumas dicas úteis podem ser seguidas, como:
- Controlar seus pensamentos
Inicie tentando alterar a perspectiva em relação à necessidade de realizar a coleta de sangue. Frequentemente, a melhor maneira de superar qualquer receio é modificar a forma de pensar sobre o assunto. Corrigir distorções do pensamento, como a persistência de que algo negativo ocorrerá ao corpo durante a coleta, ou a ideia de que é impossível suportar a dor durante retirada de sangue. É fundamental automatizar os pensamentos para conceitos mais positivos, como compreender que o procedimento visa proteger a saúde.
- Desviar a atenção durante a coleta de sangue
No momento da coleta, concentre-se em um ponto na parede e respire profundamente. Outros exercícios, como meditação, também podem reduzir o estresse e a ansiedade ao enfrentar a picada da agulha, uma vez que o medo vem dos altos níveis de ansiedade. É aconselhável evitar observar o procedimento enquanto o profissional de saúde realiza o exame.
- Identificar as situações que te causam medo
Registre as situações que provocam medo. Para muitas pessoas, simplesmente visualizar uma imagem de um exame de sangue já desencadeia a fobia. Faça anotações dos momentos desconfortáveis. Psicologicamente, essa prática é bastante eficaz para externalizar os medos e chegar a soluções práticas por meio das anotações.
Em casos extremos é fundamental que o paciente procure ajuda de profissionais para abordar o problema psicologicamente, seja por meio da terapia cognitivo-comportamental ou utilizando técnicas como meditação, ioga, respiração, acupuntura ou até mesmo medicamentos, quando necessário. Nesses casos as intervenções devem ser acompanhadas por um médico especialista.
Aceitar o medo representa o primeiro passo para superá-lo, enquanto a negação da experiência pode transformá-lo em um sentimento de culpa. Nós, do Santa Clara Diagnósticos Médicos, assumimos o compromisso de cuidar de você e de quem você ama. Por isso, temos uma equipe preparada para lhe atender com todo cuidado e atenção que você e a sua saúde merecem!
Nós, do Santa Clara Diagnósticos Médicos, assumimos o compromisso de cuidar de você e de quem você ama. Por isso, temos uma equipe preparada para lhe atender com todo cuidado e atenção que você e a sua saúde merecem!
Referências
Revista Brasileira de Enfermagem. Processo de enfermagem para paciente com fobia de agulha: estudo de caso. 2020. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0095.
Sociedade Brasileira de Análises Clínicas. Cerca de 1 em cada 10 pessoas sofrem em algum nível com o receio de agulhas. Disponível em: https://www.sbac.org.br/blog/2021/02/17/cerca-de-1-em-cada-10-pessoas-sofrem-em-algum-nivel-com-o-receio-de-agulhas/. Acesso em: 08/01/2024.