Santa Clara

Doença de Crohn

Qual sua relação com a microbiota intestinal?

As doenças inflamatórias intestinais atingem mais de 5 milhões de pessoas no mundo todo e ainda não possuem cura. No Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologista (SBCP), a incidência dessas doenças aumentou cerca de 15% ao ano entre 2012 e 2020.

Essas doenças acometem principalmente adolescentes e jovens adultos, entre 15 e 40 anos e ainda não possuem uma causa definida. Mas, fatores genéticos, imunológicos, ambientais e alimentares podem contribuir para o desenvolvimento dessas doenças.

Uma dessas condições é a Doença de Crohn

A doença de Crohn pode afetar qualquer estrutura do sistema gastrointestinal, desde a boca até o ânus, mas é mais prevalente no intestino delgado, cólon e região perianal.

Os sintomas da Doença de Crohn e de outras doenças inflamatórias intestinais, como a Retocolite Ulcerativa, são bastante semelhantes entre si. É comum a ocorrência de diarreia persistente com sangue, pus ou muco, cólicas abdominais, fadiga, falta de apetite e perda de peso. Mas, indivíduos portadores dessa doença também podem apresentar intestino preso e sensação de evacuação incompleta.

Como é feito o diagnóstico e tratamento?

A doença de Crohn e outras doenças inflamatórias intestinais não possuem cura. Por isso, o seu diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações e amenizar os sintomas.

O diagnóstico é feito a partir do histórico do paciente e da análise das fezes e sangue. Outros exames, como a endoscopia e a biópsia, também são fundamentais para o diagnóstico correto, dado que os sintomas da doença de Crohn podem ser facilmente confundidos com outras condições, como a Síndrome do Intestino Irritável e diarreias infecciosas.

Embora ainda não exista uma cura para essas doenças, o tratamento pode levar à remissão clínica.  No início do tratamento, podem ser prescritos medicamentos anti-inflamatórios, corticoides ou injetáveis que permitem controlar o processo inflamatório. Já na segunda etapa do tratamento, os mesmos medicamentos podem ser utilizados em conjunto com imunossupressores.

No entanto, alguns estudos apontam que o cuidado com a alimentação é muito importante principalmente na fase aguda da doença. Situações estressantes, fatores emocionais, o uso de medicamentos, entre outros, também podem contribuir para a piora dos sintomas.

A doença de Crohn tem relação com a microbiota intestinal?

Como mencionamos anteriormente, os pacientes com a Doença de Crohn apresentam uma inflamação crônica do intestino. E, este processo parece ter relação com alterações na composição da microbiota intestinal. Mas, esta interação ainda é pouco conhecida principalmente devido à falta de um conjunto abrangente do microbioma, a dificuldade em se obter material suficiente ou de reproduzir estas condições em sistemas in vitro, além dos altos custos para a realização desses estudos.

Neste sentido, um estudo recente utilizou um sistema computacional para delimitar as alterações da microbiota intestinal nos pacientes com Doença de Crohn. Este estudo demonstrou que algumas bactérias que compõem esse ecossistema se tornam mais abundantes no organismo desses indivíduos e liberam substâncias que induzem a hiper-inflamação da barreira epitelial do intestino. E, com isso, permitiu identificar proteínas importantes para a patogênese da Doença de Crohn e que podem ser utilizadas para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas para o tratamento desta doença.

Nós, do Santa Clara Diagnósticos Médicos, assumimos o compromisso de cuidar de você e de quem você ama. Por isso, temos uma equipe preparada para lhe atender com todo cuidado e atenção que você e a sua saúde merecem!

Referências:

Veauthier B, Hornecker J. R (2018). Crohn’s disease: Diagnosis and management. American Family Physician.

Sudhakar P, Andrighetti T, Verstockt S, Caenepeel C, Ferrante M, Sabino J, Verstockt B, Vermeire S (2022). Integrated analysis of microbe-host interactions in Crohn’s disease revels potential mechanisms of microbial proteins on host gene expression. iScience.

Quaresma A. B, Damiao A. O. M. C, Coy C. S. R, Magro D. O, Valverde D. A, Panaccione R, Coward S. B, Ng S. C, Kaplan G. G, Kotze P. G (2021). Temporal Trends in the epidemiology of Inflammatory Bowel Diseases in the public healthcare system in Brazil: A large population-based study. DOP 41, ECCO Congress.

Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP). Maio Roxo. Disponível em: Maio Roxo: estudo revela que cumulativo de casos de doenças inflamatórias intestinais aumentou 14,8% ao ano no Brasil no período de 9 anos – SBCP. Acesso: 17 mai. 2022.